Johanna Döbereiner e a produção de soja

Olá a todas e todos, como vão? Hoje conversaremos sobre uma cientista incrível que está presente no nosso primeiro livro “Brincando e Aprendendo sobre o Meio Ambiente – Volume 1” e sua influência na produção de soja do Brasil. Johanna Döbereiner abriu caminhos para o desenvolvimento da cultura da soja no Brasil, mostrando que era possível utilizar-se de certos tipos de bactérias que fixam o nitrogênio dispensando o adubo mineral que, além de caro, é nocivo ao meio ambiente, fazendo com que o país economize anualmente cerca de 1 bilhão de dólares. O prestígio de Johanna ultrapassou as fronteiras do país! 

Johanna Liesbeth Kubelka Döbereiner foi uma engenheira agrônoma brasileira e pioneira em biologia do solo. Seu destaque na área iniciou-se na década de 60, onde ocorria a introdução da soja no Brasil. Johanna pesquisava a favor do aproveitamento de plantas e bactérias fixadoras de nitrogênio no solo, fazendo oposição para a utilização da adubação nitrogenada obrigatória, cara e prejudicial à natureza. 

Assim, desenvolveu uma tecnologia investigando bactérias que conseguiam absorver o nitrogênio da atmosfera e transformá-lo em aminoácidos que as plantas podiam absorver, diminuindo ou, até mesmo, eliminando a dependência com relação ao adubo mineral e fazendo com que o Brasil tenha o menor custo de produção de soja no mundo todo, estabelecendo-se como um dos maiores produtores. 

Além disso, em 1974, Johanna foi a primeira a descrever o uso da associação entre bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Azospirillum e a gramínea Paspalum notatum. Já em 1988, escreveu sobre a associação entre a bactéria fixadora de nitrogênio Gluconacetobacter diazotrophicus e a cana de açúcar, obtendo resultados espetaculares com algumas variedades de cana de açúcar, capazes de apresentar altas produções, acima de 160 t/ha, com até 200 kg de nitrogênio derivados de sua associação simbiótica com esta bactéria. Johanna, com seus estudos, levou à descoberta de 9 espécies de bactérias fixadoras de nitrogênio associadas a gramíneas, cereais e tuberosas. 

O trabalho da Johanna possibilitou a formação de parcerias nacionais e internacionais com a Alemanha, os Estados Unidos e a Bélgica, assim como com outros países. Autora de mais de 500 títulos, Johanna Döbereiner foi professora e orientadora de vários cientistas que hoje ocupam posição de destaque na pesquisa e na administração da pesquisa no Brasil, além de seu trabalho ter influenciado diversos pesquisadores. Em 1997, ela foi indicada para o Prêmio Nobel de Química, além de ter recebido outros prêmios e distinções.


Johanna Döbereiner, por meio de sua pesquisa, trouxe uma grande contribuição para a adoção de práticas mais sustentáveis na agricultura e deixou um legado gigantesco no país!


E então, vocês conheciam esta cientista incrível? E sabiam sobre a tecnologia de fixação que ela desenvolveu?  


Obrigada por lerem, muitos abraços, se cuidem, nos acompanhem no Instagram e nos vemos na quinta-feira com um jogo muito divertido!


Amanda Ribeiro da Rocha, George Hideki Sakae, Camila Silveira e Glaucia Pantano 


Referências

EMBRAPA. Johanna Döbereiner. Disponível em: <https://www.embrapa.br/memoria-embrapa/personagens/johanna-dobereiner>. Acesso: 05 out. 2021. 

PIMENTAL, M. Johanna Döbereiner, uma pioneira da agricultura sustentável, c2020. Disponível em: <http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/16874-johanna-d%C3%B6bereiner-pioneira-da-agricultura-sustent%C3%A1vel>. Acesso: 05 out. 2021. 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Johanna Döbereiner. Disponível em: <https://www.sbcs.org.br/a-sbcs/socios-honorarios/johanna_dobereiner/> Acesso: 05 out. 2021.

 


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