Olá a todas e todos, como vão? Hoje conversaremos um pouco sobre como os efeitos das mudanças climáticas podem afetar a biodiversidade na Floresta Amazônica e uma cientista incrível que trabalha com essa temática e está presente no nosso primeiro livro “Brincando e Aprendendo sobre o meio ambiente – volume 1” é a Fernanda Werneck. Ela é doutora em biologia e mestre em ecologia, e o seu principal foco é o estudo do DNA de lagartos para dimensionar os efeitos do aquecimento global no ecossistema amazônico.
Mas o que são mudanças climáticas e aquecimento global? O aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da Terra, que pode ser consequência de causas naturais ou antrópicas. Já as mudanças climáticas podem ser de causas naturais, como alterações na radiação solar e também de atividades antrópicas.
Entre as atividades humanas que causam o aquecimento global e consequentemente as mudanças climáticas, a queima de combustíveis fósseis, atividades agro-industriais e o desmatamento são as que mais se destacam para acelerar esses dois eventos climáticos. Em resumo, o aquecimento global é o aquecimento da Terra a longo prazo e as mudanças climáticas além do aquecimento, são as alterações nos ciclos das chuvas, elevação do nível do mar, extinção de espécies vegetais e animais entre outros.
E como estes fatores podem afetar a floresta Amazônica? Sabe-se que a Amazônia possui uma gama de diversidade em seu ecossistema e as mudanças climáticas podem apresentar alterações impactantes e até irreversíveis em seu bioma, causando impactos regionais, nacionais e globais. A Amazônia ocupa aproximadamente 6 milhões de km2, sendo 60% desta área está em território brasileiro e cerca de 20% da água doce disponível no mundo também está presente na Amazônia. Além da riqueza de espécies de plantas e animais, esta região também concentra uma grande diversidade cultural, com populações regionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros.
Alterações da frequência e volume de chuvas, desmatamento e queimadas, aumentam a suscetibilidade dos ecossistemas amazônicos diante das alterações climáticas, podendo causar a redução de espécies menos tolerantes à seca e com o risco de ocorrer uma “savanização” em algumas partes da floresta. Portanto, se a temperatura e o desmatamento continuarem aumentar, a floresta tropical que conhecemos hoje pode se tornar um lugar de campo com vegetação seca e rasteira com árvores esparsas e com menos folhas e isso impacta não somente na fauna e flora da região, mas também nas comunidades que dependem da floresta para seu sustento.
Por isso que pesquisas como a da Fernanda Werneck são tão importantes de serem realizadas, pois por meio delas é possível identificar quais são as consequências das mudanças climáticas em um ecossistema. Fernanda estuda os ectotérmicos, que são os animais de sangue frio como répteis e anfíbios, e que são mais vulneráveis às alterações de temperatura. Animais que vivem nas áreas tropicais estão sujeitos a serem mais afetados pelas mudanças climáticas, pois é nestes locais que os aumentos da temperatura são mais acentuados, além de abrigarem o maior número de espécies.
Estudos demonstram que as mudanças climáticas têm impacto global na diversidade de répteis e causam declínio local na diversidade de lagartos, além disso, modelos matemáticos estimam que os riscos de uma extinção em escala global são de 39% em 2070, ou seja, cerca de 20% de espécies de lagartos podem ser extintas e essas previsões são alarmantes especialmente em áreas com grande diversidade como a Floresta Amazônica.
E o que podemos fazer para diminuir os efeitos do aquecimento global? Investir no reflorestamento e preservação de áreas verdes, incentivar o uso de energias renováveis, utilizar biocombustíveis, reduzir, reaproveitar e reciclar materiais, melhorar transporte público entre tantas outras ações que podem ser realizadas individualmente ou em comunidade e que podem contribuir para a redução dos efeitos negativos das mudanças climáticas.
O desenvolvimento sustentável é o melhor caminho para que não haja degradação dos biomas como a Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica e Pampas. Faça sua parte, seja sustentável!
E então, vocês já conheciam sobre a pesquisa da Fernanda Werneck e seus estudos na Amazônia?
Obrigada por lerem, muitos abraços, se cuidem, nos acompanhem no Instagram e nos vemos na quinta-feira com um jogo muito divertido!
Leatrice Talita Rodrigues, George Hideki Sakae, Camila Silveira e Glaucia Pantano
Referências
BENATI, M. A. F. N.; SILVA, L. C. P. As alterações climáticas do planeta e os impactos na biodiversidade amazônica. Revista Educação Ambiental em Ação. n.69. 2019. Disponível em: https://revistaea.org/artigo.php?idartigo=3792. Acesso: 20 set. 2021.
CANALTECH. Aquecimento global x mudanças climáticas: qual a diferença? Disponível em: https://canaltech.com.br/meio-ambiente/diferenca-aquecimento-global-mudancas-climaticas-173536/. Acesso: 20 set. 2021.
PONTES-DA-SILVA, E.; MAGNUSSON, W. E.; SINERVO, B.; CAETANO, G. H.; MILES, D. B.; COLLI, G. R.; DIELE-VIEGAS, L.; FENKER, J.; SANTOS, J. C.; WERNECK, F. P. Extinction risks forced by climatic change and intraspecific variation in the thermal physiology of a tropical lizard. Journal of Thermal Biology. v.73. p.50-60. 2018. Disponível: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0306456517303698?via%3Dihub. Acesso: 20 set. 2021.
WWF – World Wide Fund for Nature. As mudanças climáticas. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas2/. Acesso: 20 set. 2021.
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